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segunda-feira, 10 de março de 2008

Psicoadaptação

O mais triste de um passarinho engaiolado é que ele se sente bem.
"O fenômeno da psicoadaptação é a incapacidade da emoção humana de reagir na mesma intensidade frente à exposição do mesmo estímulo. Quando nos expomos repetidamente a estímulos que nos excitam negativa ou positivamente, com o tempo perdemos a intensidade da reação emocional. Enfim, nos psicoadaptamos a eles."
(Augusto Cury).



A pior prisão humana é o cárcere da emoção e normalmente quem aprisiona a emoção são os pensamentos negativos.… O mundo moderno virou uma fábrica de pessoas estressadas, e mesmo pessoas com uma boa estabilidade emocional durante seu crescimento, podem quando adultas, devido ao estresse profissional e social, desenvolver arquivos doentios nas matrizes de memória, o que poderá levar a crises constantes de pânico, depressão, e outros transtornos mentais.O pior prisioneiro é o que não consegue enxergar seus próprios limites. O pior doente é aquele que represa suas emoções e tem medo de admitir suas fragilidades, fracassos e momentos de insegurança… Que destino você dá aos seus erros? O que você faz com as dores emocionais que vivencia?... Infelizmente, raramente somos eficientes em dar um destino lúcido às nossas falhas e sofrimentos. Sabemos lidar com os sucessos, mas estamos despreparados para as derrotas.- Há muitos tipos de “drogas” e não apenas as químicas, que trucidam a liberdade e fazem a emoção se submeter à pior prisão do mundo: a “droga” do medo, do sistema social, da paranóia da estética, do consumismo, da competição predadora, da necessidade de estar sempre certo.Augusto comentou que raramente uma pessoa que mergulha nas drogas não pensa em suicídio.Depois de buscar a “liberdade” nas drogas, se torna prisioneiro delas, pois só passa a ter prazer ao usá-la. Ele também fala em psicoadaptação, que descreve como sendo a incapacidade da pessoa (emoção) humana de sentir prazer ou dor, frente à exposição ao mesmo estímulo.Hoje, na busca constante pelo prazer externo, caímos no vazio do consumismo, na fuga pelo sexo desenfreado, sempre buscando na nova compra ou parceiro, o preenchimento de um espaço que só pode ser preenchido pelo que não se compra! Aí nos comparamos aos que usam drogas, viciados em comportamentos que nos satisfazem instantaneamente e com a mesma rapidez com que nos satisfazemos caímos novamente no vazio, e vamos novamente à busca de nossa “droga”.“Quanto mais uma pessoa tiver dificuldade em extrair prazer daquilo que possui, mais infeliz e angustiada será…” diz o autor.O fenômeno da psicoadaptação contribui para gerar o tédio, a rotina, a mesmice e solidão o que, num ciclo vicioso, o leva a buscar mais coisas para estimular os sentidos e conseguir o prazer instantâneo:- o carro, a roupa, o novo modelo do celular.A psicoadaptação também terá outra conseqüência séria para o usuário de drogas, não compreendida pela maioria dos psiquiatras e psicólogos: à medida que o usuário se submete ao intenso efeito da droga, vai se adaptando a elas e só consegue se excitar frente a um estímulo potente. Como poucas coisas do dia-a-dia estimulam como a droga, o usuário acaba perdendo o prazer produzido pelas pequenas coisas, que são as conquistas verdadeiras.Quando iniciam o uso, sentem-se imortais, zombam dos caretas do mundo, mas ao acordar descobrem que perderam o mais nobre dos direitos humanos - a liberdade. O uso da droga é um desrespeito à própria inteligência.Porque o problema de drogas é tão difícil de ser tratado?Porque ele não está na droga enquanto substância química, diz Cury, mas no rombo que elas produzem no inconsciente. Na memória anônima arquivada na mente. Infelizmente não podemos escolher o que será gravado na memória: ela grava tudo! A intensidade desta gravação varia: as mais dolorosas e prazerosas são registradas mais intensamente.“… Toda vez que temos uma experiência com alto comprometimento emocional… O registro será privilegiado. Por ser privilegiado, tal registro pavimentará as avenidas importantes da nossa maneira de ser e agir do mundo”, diz Cury.As pessoas dependentes de drogas envelhecem no único lugar onde é inadmissível envelhecer - o território da emoção. Muitas delas possuem uma quantidade enorme de experiências emocionais, mais do que as pessoas bem mais velhas. Estão saturadas de ansiedade, humor deprimido, desespero, situações de risco. Elas acabam produzindo um filme de terror dentro de si mesmas e, para a recuperação não basta afastar-se das drogas, é preciso reaprender a viver, a apagar as lembranças negativas para que as boas possam fluir novamente. Nunca tive contato com tanta dor, como naquela hora de narração. Histórias que parecem acontecer só em filmes, tornaram-se realidade na frente de nossa equipe de voluntários.Enquanto os fantasmas estiverem presos nas nossas mentes, seremos perseguidos, amedrontados, escravizados pelas memórias. Quando os soltamos, eles, no primeiro momento, se tornam mais barulhentos, para depois irem desaparecendo como sombras que se vão com a chegada da luz.Dizia um pensamento comum:“Um dia percebi que cheguei ao porão do fundo do poço”. Eu não sabia que fundo de poço tem porão, mas descobriu-se, e os nossos fantasmas normais, se tornam pequenos frente aos fantasmas do porão delas.Estamos realizando um trabalho novo, é certo, não sei se no Brasil existem estudos sobre efeitos de meditação na recuperação de drogas, mas como acredito que tudo que é feito com amor frutifica, a esperança brilha nos nossos corações, na certeza de que onde haja vontade existirá mudança, onde houver luz a escuridão será eliminada.
O fenômeno da psicoadaptação é a incapacidade de emoção humana de reagir na mesma intensidade frente à exposição do mesmo estímulo. Quando nos expomos repetidamente a estímulos que nos excitam negativa ou positivamente, com o tempo perdemos a intensidade da reação emocional. Enfim, nos psicoadaptamos a eles.Nós nos psicoadaptamos ao celular, ao carro, ao tipo de roupa, à decoração de nossa casa, aos conceitos, aos paradigmas sociais. Assim, perdemos o prazer e procuramos inconscientemente novos estímulos, novos objetos, novas idéias. Só conseguimos voltar a ter prazer se reciclamos nossa capacidade de observar e valorizamos detalhes não contemplados.No aspecto positivo, a psicoadaptação gera uma revolução criativa. Nos estimula a procurar o novo, amar o desconhecido. Ela é um dos grandes fenômenos psicológicos inconscientes responsáveis pelas mudanças nos movimentos literários, na pintura, na arquitetura e até na ciência.Todavia, quando a psicoadaptação é exagerada, ela gera insatisfação crônica e consumismo. Nada agrada prolongadamente. As conquistas geram um prazer rápido e fugaz. Aqui está uma das maiores armadilhas da emoção. Por isso, não é saudável que os pais dêem muitos presentes para os filhos. Eles se psicoadaptam ao excesso de brinquedos. O resultado é maléfico! Consomem cada vez mais coisas, mas obtêm cada vez menos prazer.Outra grande armadilha da emoção é a psicoadaptação às violências sociais, aos ataques terroristas, à competição no trabalho, às brigas conjugais, aos fracassos profissionais, a depressão, pânico, ansiedade. A conseqüencia? Perdemos a capacidade de reagir. Nesse caso, o homo sapiens se torna um espectador passivo de suas misérias. Este é um assunto para vários livros. Espero que o leitor perceba que nossa espécie está adoecendo coletivamente.Muitos psicólogos e cientistas sociais, por não compreenderem esse processo inconscientemente, não entendem que com o tempo os problemas psíquicos e sociais deixam de excitar a emoção. Este processo nos algema, destrói a capacidade de lutar pelo que amamos. Há pessoas que arrastam sua depressão, timidez e insegurança a vida toda por causa disso.Será que você não está psicoadaptando à falta de diálogo na família, à dificuldade de conquistar um aluno difícil ou um colega de trabalho complicado?Muitos soldados alemães perderam a sensibilidade à medida que se submetiam à propaganda nazista e observaram passivamente os judeus morrendo nos campos de concentração. As conseqüências da psicoadaptação são inúmeras e extremamente complexas, por isso viver torna-se mais que uma arte, torna-se compromisso.

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