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terça-feira, 4 de março de 2008

Teorias de Desenvolvimento


Bom, semana passada tivemos uma maratona de apresentação de trabalhos na Faculdade com o tema central "Teoria da Desenvolvimento" , onde cada grupo apresentou a visão de um teórico sobre esta temática. Apesar de cansativo e tenso (porque a expectativa de chegar a vez de cada grupo apresentar faculta o surgimento da tensão), foi muito interessante e então pensei: "isso vai ficar legal no Blog,um resumo de cada apresentação só para que os outros blogueiros, curiosos ou estudantes como eu, possam conhecer um pouco mais sobre este assunto...", como chego tarde em casa, e cheguei muito cansada(preocupação rouba energia do córtex cerebral!), então estou hoje aqui dando o pontapé inicial, falando um pouco sobre a Teoria do Desenvolvimento, espero que apreciem...


Segundo o dicionário, a palavra "teoria", do grego θεωρία ,o substantivo theoría significa ação de contemplar, olhar, examinar, especular; significa princípios básicos e elementares de uma arte ou ciência; sistema ou doutrina que trata desses princípios. A teoria surge com a observação de fatos, e há fatos que são também reconhecidos pelo mesmo nome de uma teoria. Uma teoria jamais é uma expressão perfeita da realidade, mas um modelo pelo qual essa realidade pode ser descrita e compreendida.O que é Desenvolvimento?
Em geral é um processo dinâmico de melhoria, que implica uma mudança, uma evolução, crescimento e avanço.
Teoria do Desenvolvimento
O objecto da psicologia é o estudo científico do comportamento (reações observáveis) e os processos mentais e da relação entre eles (sentimentos, emoções, fantasias – não podem ser observáveis directamente). A psicologia estuda questões ligadas à personalidade, à memória, à inteligência, ao funcionamento do sistema nervoso, ao comportamento em grupo, ao prazer e à dor...“Os psicólogos não se limitam à descrição do comportamento. Vão mais além: procuram explicá-lo, prevê-lo e, por último, modificá-lo para melhorar a vida das pessoas e da sociedade em geral.”
Cada teórico isolou e buscou esclarecer determinados aspectos da natureza humana, o problema é que cada um julgou que a sua visão fosse a mais acertada, aliás, a única correta, visto que suas teorias foram examinadas minunciosamente. Particularmente creio que cada teórico trouxe importante contribuição para uma melhor compreensão das partes que formam o todo que é o ser humano.
O comportamento humano é algo ainda envolto em mistérios que a ciência se dedica a desvendar. Cada teoria aqui colocada de forma resumida, representa um esboço destas tentativas de compreensão do potencial humano.
ERIK ERIKSON
Erik Homburger Erikson (Frankfurt, 15 de junho de 1902 - Harwich, 12 de maio de 1994) foi um psiquiatra responsável pelo desenvolvimento da Teoria do Desenvolvimento Psicossocial na Psicologia e um dos teóricos da Psicologia do Desenvolvimento.
Começou a sua vida como artista plástico. Em 1927, depois de estudar arte e viajar pela Europa, passou a leccionar em Viena a convite de Anna Freud, filha de Sigmund Freud. Sob orientação dela, submeteu-se à psicanálise e tornou-se ele próprio psicanalista, embora tenha tecido criticas à psicanálise por esta não ter em conta as interacções entre o individuo e o meio, assim como por privilegias os aspectos patológicos e defensivos da personalidade. No início da carreira, o interesse de Erikson esteve voltado para o tratamento de crianças e as suas concepções de desenvolvimento e de identidade influenciaram as pesquisas posteriores, nomeadamente sobre a adolescência. A si se deve a expressão "crise da adolescência".Em 1933 emigrou para os Estados Unidos e naturalizou-se americano. Leccionou nas universidades de Harvard, Berkeley e Yale. Na década de 1930, tendo mesmo habitado na reserva dos índios
Sioux, as suas experiências pessoais em antropologia, muito referidas nas suas obras, deram-lhe uma perspectiva social marcante. As investigações com os índios confrontaram-no com o sentimento de desenraizamento e de ruptura que estes experienciavam entre a história do seu povo e a cultura americana. Em 1936 transferiu-se para um centro de estudos de relações humanas e começou a estudar a influência de factores culturais no desenvolvimento psicológico.Com base nessas pesquisas formulou a teoria segundo a qual as sociedades criam mecanismos institucionais que propiciam e enquadram o desenvolvimento da personalidade, embora as soluções específicas para problemas similares variem de cultura para cultura. Na década de 1940, Erikson concebeu o modelo que expôs em ´Infância e sociedade´ (1950). Erikson publicou livros sobre Martinho Lutero, Gandhi e Hitler e escreveu ensaios em que relaciona a psicanálise com a história, política, filosofia e teologia, tais como "A história da vida e o momento histórico" (1975). Criador da expressão "crise de identidade", Erik Erikson morreu em 12 de maio de 1994, em Harwich, estado de Massachusetts. As suas concepções revolucionaram a psicologia do desenvolvimento, continuando, nos dias de hoje, a motivar investigações e reflexões várias.
Teoria do Desenvolvimento Psicossocial
A teoria do desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson prediz que o crescimento psicológico ocorre através de estádios e fases, não ocorre ao acaso e depende da interacção da pessoa com o meio que a rodeia. Esta teoria concebe o desenvolvimento em 8 estádios e cada estádio é atravessado por uma crise psicossocial entre uma vertente positiva e uma vertente negativa. As duas vertentes são necessárias mas é essencial que se sobreponha a positiva. A forma como cada crise é ultrapassada ao longo de todos os estádios irá influenciar a capacidade para se resolverem conflitos inerentes à vida.
Princípio Epigenético: Cada estágio contribui para a formação da personalidade total, sendo por isso todos importantes mesmo depois de se os atravessar. Como cada criança tem um ritmo cronológico específico, não se deve atribuir uma duração exata a cada estágio.
O núcleo de cada estágio é uma crise básica, que existe não só durante aquele estágio específico. Nesse será então mais proeminente, mas também nos posteriores a nível de consequências, tendo também raízes prévias anteriores.A formação da identidade inicia-se nos primeiros quatro estágios, o senso desta negociado na adolescência, evolui e influencia nos últimos três.
Na opinião de Erikson, a personalidade forma-se à medida que as pessoas passam pelas fases psicossociais.Em cada fase há um conflito a enfrentar e a resolver, de forma positiva e negativa.

SOLUÇÃO POSITIVA: à Saúde Mental.

SOLUÇÃO NEGATIVA: à Desajustamento.

1º ESTÁGIO: CONFIANÇA X DESCONFIANÇA“A razão adequada de confiança e de desconfiança resulta na ascendência da esperança: A esperança é a virtude inerente ao estado de estar vivo mais primitiva e mais indispensável.”(Erikson, Apud; Calvin S. Hall; Gardner Lindzey; John B. Campbell, 2000: p. 70)- ocorre aproximadamente durante o primeiro ano de vida. A criança adquire ou não uma segurança e confiança em relação a si próprio e em relação ao mundo que a rodeia, através da relação que tem com a mãe. Se a mãe não responde às suas necessidades, a criança pode desenvolver medos, receios, sentimentos de desconfiança que poderão vir a reflectir-se nas relações futuras. Se a relação é de segurança e as suas necessidades são satisfeitas, a criança vai ter melhor capacidade de adaptação às situações futuras, às pessoas e aos papéis socialmente requeridos.

2º ESTÁGIO: AUTONOMIA X VERGONHA E DÚVIDANesse período os bebês sentem-se autônomos. Se os pais exigem demais muito cedo, ou impedem o uso de habilidades recentemente descobertas, as crianças sentem vergonha e dúvida.O segundo estádio – autonomia/dúvida e vergonha – é caracterizado por uma contradição entre a vontade própria (os impulsos) e as normas e regras sociais que a criança tem que começar a integrar. É altura de explorar o mundo e o seu corpo e o meio deve estimular a criança a fazer as coisas de forma autónoma, não sendo alvo de extrema rigidez, que deixará a criança com sentimentos de vergonha. De facto, afirmar uma vontade é um passo importante na construção de uma identidade.
3º estágio: INICIATIVA X CULPA“O propósito, então, é a coragem de imaginar e buscar metas valorizadas não-inibidas pela derrota das fantasias infantis, pela culpa e pelo medo constante da punição.”(Erikson, Apud. Calvin S. Hall; Gardner Lindzey; Jonh B. Campbell, 2000:p.172)é o prolongamento da fase anterior mas de forma mais amadurecida: a criança já deve ter capacidade de distinguir entre o que pode fazer e o que não pode fazer. Este estádio marca a possibilidade de tomar iniciativas sem que se adquire o sentimento de culpa: a criança experimenta diferentes papéis nas brincadeiras em grupo, imita os adultos, têm consciência de ser “outro” que não “os outros”, de individualidade. Deve-se estimular a criança no sentido de que pode ser aquilo que imagina ser, sem sentir culpa.

4º estágio: DILIGÊNCIA X INFERIORIDADE“A competência, então é o livre exercício da destreza e da inteligência na conclusão de tarefas, não prejudicado pela inferioridade infantil.”(Erikson, Apud. Calvin S. Hall; Gardner Lindzey; John B. Campell, 2000: p.172)Decorre na idade escolar antes da adolescência. A criança percebe-se como pessoa trabalhadora, capaz de produzir, sente-se competente. Neste estádio, a resolução positiva dos anteriores tem especial relevância: sem confiança, autonomia e iniciativa, a criança não poderá afirmar-se nem sentir-se capaz. O sentimento de inferioridade pode levar a bloqueios cognitivos e a atitudes regressivas: a criança deverá conseguir sentir-se integrada na escola, uma vez que este é um momento de novos relacionamentos interpessoais importantes.

5º estágio: IDENTIDADE X CONFUSÃO DE PAPELA busca da identidade explica muitos padrões de comportamento adolescente. Marca o período da adolescência. É neste estádio que se adquire uma identidade psicossocial: o adolescente precisa de entender o seu papel no mundo e tem consciência da sua singularidade. Há uma recapitulação e redefinição dos elementos de identidade já adquiridos – esta é a chamada crise da adolescência. Factores que contribuem para a confusão da identidade são: perda de laços familiares e falta de apoio no crescimento; expectativas parentais e sociais divergentes do grupo de pares; dificuldades em lidar com a mudança; falta de laços sociais exteriores à família (que permitem o reconhecimento de outras perspectivas) e o insucesso no processo de separação emocional entre a criança e as figuras de ligação.

6º estágio: INTIMIDADE X ISOLAMENTOOs jovens adultos estão prontos para formar vínculos sociais duradouros: Demonstrar interesse, compartilhar e confiar nos outros. Ocorre entre os vinte e os 30 anos, aproximadamente. A tarefa essencial deste estádio é o estabelecimento de relações íntimas do jovem adulto com outras pessoas. A vertente negativa é o isolamento, pela parte dos que não conseguem estabelecer compromissos nem troca de afetos com intimidade.

7º estágio: GENERATIVIDADE X AUTO-ABSORÇÃOO Termo Generatividade foi cunhado por Erikson para se referir a um compromisso com o futuro e com a nova geração. É caracterizado pela necessidade em orientar a geração seguinte, em investir na sociedade em que se está inserido. É uma fase de afirmação pessoal no mundo do trabalho e da família. A vertente negativa leva o indivíduo à estagnação nos compromissos sociais, à falta de relações exteriores, à centralização em si próprio.

8º estágio: INTEGRIDADE X DESESPERANÇAAs pessoas que olham para trás sentem-se satisfeitas e aceitam sua vida, achando que valeu a pena viver, têm um senso de integridade.ocorre a partir dos sessenta anos e é favorável uma integração e compreensão do passado vivido. Quando se renega a vida, se sente fracassado pela falta de poderes físicos, sociais e cognitivos, este estádio é mal ultrapassado.

Crise da Adolescência - Para que ocorra, são necessárias as seguintes condições: um certo nível de desenvolvimento intelectual, a ocorrência da puberdade, um certo crescimento físico e pressões culturais que levem o adolescente à efectiva ressíntese da sua identidade. Para além das mudanças físicas já referidas acima, o adolescente adquire também a capacidade de operações formais e raciocínio abstracto. O pensamento formal constitui a capacidade de reflectir acerca do seu próprio pensamento e do pensamento dos outros. O raciocínio abstracto permite colocar hipóteses, conceber teorias e opera com proposições.É fundamental que ocorra o chamado período de moratória, em que o jovem tem possibilidades de explorar hipóteses e escolher caminhos. De facto é nesta altura que vários agentes de socialização exercem pressão para o assumir responsabilidades e para a tomada de decisões, principalmente do foro escolar e profissional. Erikson considera que a moratória institucionalizada – rituais sociais para a entrada na idade adulta, como a escola da área profissional no ensino escolar – facilitam a preparação para a aquisição de papéis na sociedade. Por noutro lado, um contexto social não estruturado pode levar a uma crise de identidade. Como não é possível separar a crise de identidade individual com o contexto histórico da sociedade em que se insere o indivíduo, momentos de crise como guerras, epidemias e revoluções influenciam o adolescente em larga escala, quanto aos seus valores morais, por exemplo.Os outros têm um importante papel na definição da identidade: o jovem vê reflectido no seu grupo de amigos parte da sua identidade e preocupa-se muito com a opinião dos mesmos. Por vezes, procura amigos com “maneiras de estar” divergentes daquela em que cresceu, de forma a poder pôr em causa os valores dos pais, testando possibilidades para construir a sua própria “maneira”. O grupo permite um jogo de identificações e a partilha de segredos e experiências essenciais para o desenvolvimento da personalidade.Segundo Erikson, o adolescente que adquire a sua identidade é aquele que se torna fiel a uma coerente interacção com a sociedade, a uma ideologia ou profissão, que é também uma tarefa deste estádio. A fidelidade permite ao indivíduo a devoção a uma causa – compromisso com certos valores. Também permite confiar em si próprio e nas outras pessoas, como tal, a interacção social é fundamental. A formação de identidade envolve a criação de um sentido de unicidade: a unidade da personalidade é sentida por si e reconhecida pelos outros, como tendo uma certa consistência ao longo do tempo.

Ego Criativo: Soluções criativas para os problemas que surgem em cada estágio. Pois quando se sente ameaçado reage com um esforça renovado e não desiste, sendo os poderes de recuperação deste inerentes ao ego jovem. Opera independente do id e do superego.

Referência Bibliográfica

PAPALIA, D.; OLDS, S.W.; FELDMAN, R. D.Desenvolvimento Humano. 8 ed.Porto Alegre: Artmed, 2006
http://www.teoriaspersonalidade.com.br/ /Acesso em 24/02/2008 as 12:00 h.
http://www.teoriaspersonalidade.com/fotoserikson /Acesso em 24/02/2008 as 12:30 h.
http://www.wikipedia.com//Acesso em 24/02/2008 as 13:05 h



2 comentários:

Anônimo,  4 de março de 2008 às 16:35  

Oi Núccia! Seu blog está uma graça. Não sei se vc sabe, mas eu sou psiquiatra. Vou adicioná-la como parceira. Abraços

Anônimo,  11 de março de 2008 às 18:24  

Oie Núccia joia?
Aforei o texto, acrescentou muito para o meu estudo.
Sempre que de virei aqui lerei e deixarei meu comentario,ok?
Um grande abraço e fique com DEUS!

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