sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
A teoria das inteligências múltiplas foi desenvolvida, a partir da década de 1990 por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard pelo psicólogo Howard Gardner. Ela identificou e descreveu originalmente sete tipos de inteligência nos seres humanos e obteve grande impacto na educação no início da década de 1990. Mais recentemente, acrecentaram-se à lista as inteligências naturalista e existencial.
•1. Lógico-matemática - abrange a capacidade de analisar problemas, operações matemáticas e questões científicas. Medida por testes de QI, é mais desenvolvida em matemáticos, engenheiros e cientistas, por exemplo.
•2. Linguística - caracteriza-se pela maior sensibilidade para a língua falada e escrita. Também medida por testes de QI, é predominante em oradores, escritor e poetas.
•3. Espacial - expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual de modo minucioso. É mais desenvolvida em arquitetos, desenhistas e escultores.
•4. Musical - expressa-se através da habilidade para tocar, compor e apreciar padrões musicais, sendo mais forte em músicos, compositores e dançarinos. Beethoven se enquadra nessa inteligência.
•5. Físico-cinestésica - traduz-se na maior capacidade de utilizar o corpo para a dança e os esportes. É mais desenvolvida em mímicos, dançarinos e desportistas, por exemplo.
•6. Intrapessoal - expressa na capacidade de se conhecer, estando mais desenvolvida em escritores, psicoterapeutas e conselheiros.
•7. Interpessoal - é uma habilidade de entender as intenções, motivações e desejos dos outros. Encontra-se mais desenvolvida em políticos, psicoterapeutas, religiosos e professores.
•8. Naturalista - traduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os fenômenos e padrões da natureza. É característica de paisagistas, arquitetos e mateiros, por exemplo.
•9. Existencial - capacidade de refletir sobre questões fundamentais da existência, aguçada em vários segmentos diferentes da sociedade.
José Roberto Marques - Master Coach Trainer
Diretor Presidente
Fonte: Intituto Equilibrium
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As habilidades necessárias para um psicólogo
Falar e ouvir são as principais ferramentas de trabalho do psicólogo. É por meio da comunicação que o profissional avalia as dificuldades do cliente e é por meio da comunicação que intervém nessas dificuldades (interpretando, sugerindo, questionando, etc). Além da importância na atividade profissional em si, as habilidades de comunicação são o cartão de visitas do psicólogo: são a única base que potenciais clientes têm para avaliar a qualidade do profissional. Comunicar-se é, na verdade, um conjunto de habilidades.
Utilizar o português da maneira correta
Um psicólogo deve saber escrever e falar corretamente. Isso demonstra que ele possui conhecimentos e é confiável. Escrever corretamente é também importante. Não raro o psicólogo tem que produzir laudos, pareceres, ou outro tipo de comunicação sobre seu trabalho. A capacidade de organizar as informações e escrever textos coerentes também é uma medida da qualidade do psicólogo. A expressão correta não depende apenas do conhecimento das normas cultas da língua.
Expressar-se de maneira amigável
Como norma, o psicólogo geralmente lida com pessoas passando por dificuldades. São pessoas que precisam de um profissional que forneça a elas a ajuda que não conseguem em outros lugares. Por isso, o psicólogo deve se comunicar de forma amigável, deixando claro para seus clientes que sua função é ajudá-los. Mesmo quando deve falar sobre algo delicado, ou chamar atenção para um comportamento do cliente que não foi adequado, é necessário ser respeitoso e não punitivo.
Adaptar a linguagem ao público
As normas da língua sempre devem ser observadas, mas as palavras escolhidas na comunicação devem ser compreensíveis ao interlocutor. Utilizar palavras rebuscadas com pessoas sem estudo pode dar a impressão de que o psicólogo está esnobando ou que é inatingível. Escolher palavras simples para pessoas estudadas, por outro lado, pode dar a impressão de ignorância e falta de qualidade profissional.
Postura não-verbal coerente
Alguns estudos afirmam que a maior parte da comunicação entre duas pessoas ocorre por canais não-verbais. Uma fala alegre não é levada a sério quando acompanhada por uma postura contraída. Uma afirmação é interpretada como falsa se dita em tom de voz baixo ou sem contato olho no olho. O psicólogo precisa atentar para seu próprio comportamento não-verbal. Além de se esforçar para manter uma postura coerente com as palavras usadas, a auto-observação ajuda o psicólogo a conhecer sua reação às falas do seu interlocutor.
OUVIR
É ouvindo, prestando atenção ao cliente, que o psicólogo coleta os dados que servirão como base para o planejamento de sua intervenção. Ouvir não é apenas olhar para o cliente, apenas prestar atenção. São necessárias posturas intelectuais e comportamentais adequadas. Neste texto, vou discutir essas posturas, começando pela comportamental. Em seguida, vou falar sobre empatia.
Postura comportamental
O cliente precisa saber que o psicólogo está ouvindo. Acredito que a maioria das pessoas que procura um psicólogo o faz porque não tem com quem conversar abertamente, ou porque tem medo de conversar com as pessoas disponíveis. O psicólogo, então, cumpre o papel de ser aquele que ouve com atenção.
Postura intetectual
O que pode fazer um psicólogo que ouve e não compreende o que ouviu? Absolutamente nada. É fundamental ser capaz de interpretar, abstrair e sintetizar os elementos mais importantes do que o cliente diz. Além disso, é necessário relacionar esses elementos com o que se conhece de teoria. A integração do que o cliente descreve com o conhecimento teórico do psicólogo fornece as bases para o planejamento da intervenção. Para ouvir, em outras palavras, é preciso entender.
Empatia
Outra habilidade importante no repertório do psicólogo é a empatia: colocar-se no lugar do outro. Ter empatia pelo cliente, conseguir sentir o que ele sente em algum grau, pode ter efeitos extremamente positivos na terapia. Além de aumentar o grau de entendimento do que o cliente diz, também auxilia no planejamento da intervenção.
CONHECIMENTO TEÓRICO
Um bom psicólogo deve também ter conhecimento teórico. A teoria é o primeiro passo para uma prática bem sucedida, é com base nela que o profissional inicia seu trabalho de avaliação e intervenção. Mas, o que é preciso conhecer?
Toda abordagem psicológica tem, basicamente, os mesmos elementos: uma concepção filosófica do que é o homem, um corpo de hipóteses do porquê o homem é como é, teorias sobre como o homem e o mundo se relacionam, e técnicas de intervenção baseadas nos três elementos anteriores (esses elementos serão discutidos na série sobre “Como escolher uma abordagem”). Um bom psicólogo deve conhecer detalhadamente cada uma dessas quatro características de uma abordagem. Elas fornecem as ferramentas para a avaliação e intervenção psicológicas. Um psicólogo sem conhecimento teórico, ou que conhece pouco de cada teoria, dificilmente conseguirá avaliar seu cliente de maneira adequada, e terá dificuldades em planejar uma intervenção eficiente.
CONHECER AS PESSOAS
O psicólogo precisa ter um conhecimento geral de como funciona o comportamento humano e do que as pessoas precisam. O profissional de saúde lida com desejos, expectativas, sentimentos, necessidades, etc. Conhecer características comuns das pessoas ajuda a intervir de maneira mais eficiente.
Outro ponto importante. Além do problema específico trazido pelo cliente que chega à terapia, muito provavelmente ele também necessita ser ouvido e compreendido. Particularmente, jamais atendi um cliente que não se beneficiou da atenção e compreensão que eu mostrava a ele. Esse ato aparentemente tão simples pode produzir resultados fantásticos.
Um conselho que considero fundamental é: antes de fazer um diagnóstico ou planejar uma intervenção, tenha bastante certeza das perdas sociais, afetivas e da percepção que o cliente tem de sua capacidade. Independente do problema, conhecer as faltas nessas áreas e ajudar o cliente a superá-las pode ser a diferença entre um tratamento focado apenas na queixa e um tratamento realmente humano e abrangente.
Autor: Robson Brino Faggiani
Fonte: Ciclo Ceap
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quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Nostalgia e depressão
Evocar momentos felizes pode agravar o distúrbio
A nostalgia revelou-se, em vários estudos recentes, um recurso para levantar o ânimo. Por isso, é natural que se suponha que pessoas deprimidas também possam tirar proveito desse efeito. Porém, estudo da psicóloga Jutta Joorman, da Universidade de Miami em Coral Gables, na Flórida, demonstrou em 2007 que pacientes com depressão grave, diferentemente das pessoas saudáveis, não ficaram mais alegres – e até mesmo se tornaram mais tristes – ao se lembrar de momentos felizes do tempo de escola.
Pesquisadores da Universidade Cardiff , no País de Gales, desenvolveram recentemente um sistema para explicar essa descoberta: o modelo de congruência de humor em comparação temporal. Segundo ele, as pessoas depressivas notam pouca identificação entre características pessoais positivas do “eu” de suas lembranças e a percepção de si mesmas no presente. Essa discrepância é acompanhada do sentimento de que o “eu positivo” está em um passado infinitamente longínquo. E concluem: “Em comparação com a pessoa que eu era naquele tempo, hoje sou um fracassado”. Assim, pensamentos nostálgicos poderiam agravar o estado de pessoas com distúrbios depressivos.
Na opinião dos psicólogos Constantine Sedikides e Jochen Gebauer, entretanto, a nostalgia também poderia melhorar o estado de espírito de pessoas que sofrem de depressão. Eles ressaltam que a “saudade de antigamente” se diferencia de memórias felizes em três pontos essenciais:
1. Lembranças nostálgicas são mais multifacetadas e complexas do que as recordações positivas. Além disso, frequentemente incluem uma sequência de superação, o que poderia animar as pessoas. E se uma vez algo já terminou bem, isso pode acontecer de novo;
2. Memórias que despertam saudade são percebidas de forma especialmente nítida, afetiva e rica em detalhes. Revividas com frequência, em comparação com outras memórias, são mais vívidas, fazendo com que o episódio seja sentido como temporalmente muito próximo, o que o torna mais “real”;
3. Como a nostalgia forma uma espécie de ponte entre o passado e o presente, gera sentimento de autocontinuidade. Assim, a maioria dos participantes dos estudos de nostalgia de 2008 concordou com avaliações como: “tenho a sensação de que o ontem e o hoje se misturam”, ou “mantenho várias das minhas antigas características positivas”. Uma identificação tão intensa superaria em nossa percepção a distância temporal entre a lembrança e o momento atual, abrindo perspectivas para tirar a pessoa depressiva da apatia e imobilidade emocional.
Para comprovar as impressões de Sedikides e Gebauer, entretanto, são necessárias mais pesquisas.
Fonte: Revista Mente e Cérebro
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História dos antidepressivos
No decorrer dos séculos, médicos já receitaram ópio, anfetaminas e cocaína para tratar transtornos do humor
A lista das substâncias que deveriam vencer as depressões, mas sempre ajudavam apenas alguns afetados, é muito longa. No decorrer dos séculos, os médicos testaram quase tudo o que influenciava o cérebro de alguma forma. O ópio já era considerado na antiga China um meio eficaz contra doenças do ânimo. Nos tempos modernos, os médicos europeus sistematizaram o tratamento: o britânico Thomas Sydenham (1624-1689) o misturou com álcool, produzindo láudano (do latim laudare = louvar). O “tratamento com ópio” devia curar a angústia e a melancolia. Mais tarde, as pessoas desistiram da droga devido ao grande risco de vício.
Com o álcool ocorreu algo semelhante. Em 1802, um médico londrino recomendava um pesado Borgonha, um bom vinho branco ou mesmo brandy contra a melancolia. A Cannabis e a cocaína também eram comumente utilizadas no século 19 como medicamento. A melancólica escritora britânica Virginia Woolf (1882-1941) usava o sonífero e calmante Veronal, um barbitúrico. Nos anos 50, entraram em voga as anfetaminas estimulantes. Em todas essas substâncias, o potencial viciante é extremamente alto.
Em 1953, causou sensação uma notícia que dizia que o medicamento utilizado para tuberculose, a iproniazida, também tinha efeito antidepressivo. Alguns anos mais tarde, porém, ele foi tirado do mercado, pois pode causar icterícia. Substâncias bastante semelhantes, denominadas inibidores MAO, até hoje fazem parte do arsenal terapêutico contra a depressão. Eles inibem uma oxidase (daí vem o “O”) – uma enzima que decompõe diversos mensageiros do cérebro do grupo da monoamina (daí o “MA”). Entre eles, encontram-se os transmissores serotonina, dopamina e noradrenalina.
Inibidores MAO fazem com que os neurotransmissores fiquem disponíveis por mais tempo nas sinapses das células nervosas. Infelizmente, eles também cruzam o caminho de outras oxidases, que, por exemplo, decompõem componentes nutricionais. As consequências podem ser dores de cabeça ou pressão sanguínea extremamente alta. Por isso, o consumo de queijo é tabu para pacientes tratados com inibidores MAO.
Ainda nos anos 50, a indústria farmacêutica suíça Geigy sintetizou uma série de substâncias semelhantes à clorpromazina, o primeiro medicamento contra esquizofrenia, e pediu a clínicos que as testassem. O médico Roland Kuhn experimentou a variante G22355 em 150 pacientes com diferentes doenças mentais. Por fim, ele obteve sucesso com depressivos em 1957.
A Geigy denominou a substância de imipramina e a ofereceu ainda no mesmo ano sob o nome comercial de trofanil. Esse foi o nascimento dos tricíclicos, que têm esse nome porque possuem três anéis de carbono. Eles representam, ao lado dos SSRIs, até hoje os antidepressivos mais importantes. Tricíclicos são eficazes, mas têm efeitos colaterais relevantes como obstipação e ressecamento das mucosas.
A mais nova geração de antidepressivos, os SSRIs, prometem principalmente menos efeitos colaterais. No entanto, segundo o farmacêutico Gerd Glaeske, ele apenas tem outros efeitos – por exemplo, problemas estomacais, falta de apetite ou perda da libido. Em 2008, um anúncio de que os SSRIs poderiam estimular o suicídio em crianças e jovens causou grande comoção. Desde então, há avisos a esse respeito nas embalagens dos remédios.
Fonte: Revista Mente e Cérebro
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quarta-feira, 26 de outubro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
QI não é estático, e pode melhorar ou piorar na adolescência
Uma nova pesquisa afirma que a capacidade mental de adolescentes pode melhorar ou piorar em uma escala muito maior do que se pensava anteriormente. Até agora, a suposição era de que a capacidade intelectual, medida pelo QI, ficava Continue lendo...
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